“As obras de ampliação na Biblioteca Nacional da torre de depósitos, numa primeira fase, e também de substituição de um conjunto de sistemas como o eléctrico e de refrigeração e a renovação da actual cobertura, começam em Setembro ou Outubro”, precisou o director da instituição, Jorge Couto. Esta ampliação estava já prevista por Porfírio Pardal Monteiro, autor do projecto em 1958, e inclui uma nova sala de leitura destinada à consulta de espécies especiais, como manuscritos, mapas, iconografia e partituras. O responsável qualificou de “corajosa” a decisão da ministra da Cultura de afectar 13 milhões de euros do PIDAC para uma obra “que não é mediática”. Essa obra, todavia - frisou - , é essencial, pois a Biblioteca Nacional (BN) está prestes a esgotar a sua capacidade de armazenamento e esta “decisão devia ter sido tomada há 30 anos”.
Dentro de três anos, a Biblioteca esgotava a sua capacidade de armazenamento”, disse. Jorge Couto apresentou três razões para ampliar a torre de depósitos: a capacidade de armazenamento está a esgotar-se, convém integrar num mesmo espaço as diferentes colecções da BN, e é necessária uma casa forte. “O crescimento editorial das últimas décadas não tem paralelo na história, o que esgotaria dentro de três anos a capacidade de armazenamento”, assinalou Jorge Couto. Por outro lado, desde o início da BN que as colecções de periódicos nunca foram integradas na torre de depósitos, não beneficiando assim das condições adequadas de conservação. Actualmente, estas colecções encontram-se em depósito num piso do subsolo, no outro conjunto de edifícios onde funcionam os serviços administrativos e de leitura. A nova torre de depósitos, já projectada em 1958, quando foi assinado o contrato entre o Estado e o arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, autor do projecto, deverá ainda albergar, além dos periódicos, a cartografia, iconografia e partituras e terá mais um piso técnico, ao nível da subcave, onde funcionarão os aparelhos de refrigeração, actualmente no exterior. A nova torre, que será construída na continuação da existente em direcção ao lado Sul, com 30 metros de comprimento e 15 de largura, está “concebida para a preservação dos espécimes, tendo sistemas próprios, eléctrico, de refrigeração, controlo de temperatura, segurança, alarme de intrusos e a existência de uma casa forte que albergará os tesouros da biblioteca”. Esta torre foi projectada pelo atelier Pardal Monteiro, cumprindo assim a cláusula do contrato de 1958, segundo a qual quaisquer alterações ou ampliações no edifício só podem ser realizadas por aquele atelier. O projecto da torre e de uma nova sala de leitura, que se integram na mesma linguagem arquitectónica, tem a assinatura dos arquitectos António e João Pardal Monteiro. A BN é constituída por dois conjuntos distintos de edifícios num mesmo espaço ajardinado: um, constituído pela torre de depósitos que acolhe livros e espólios variados, e outro pelos edifícios que acolhem os serviços de apoio, nomeadamente técnicos, de restauro, administrativos, bem como de leitura. As obras, cujo concurso de execução será lançado internacionalmente, em breve, implicam ainda a substituição integral da actual cobertura de torre de depósitos, que se mostra “inadequada para as actuais condições ambientais”. As obras incluem também “a substituição integral dos sistemas de refrigeração e eléctricos, e a implementação de sistemas de segurança e vigilância”. Esta primeira fase “deverá ficar concluída em 2009", adiantou Jorge Couto. Segue-se a fase de reavaliação da restante componente do edifício, mas em 2009 “o essencial do património - previu - estará definitivamente consolidado com as melhores condições de segurança e conservação da actualidade”. “O património bibliográfico, cartográfico, iconográfico e musicológico ficará com as melhores condições de segurança desde a humidade à temperatura às câmaras de vigilância no interior e exterior e uma casa forte que abrigará os tesouros da produção bibliográfica nacional”, realçou."
Fonte: O Primeiro de Janeiro -19-2-007
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